Este blog foi criado para contar a história de bravura deste lindo anjo.
João Pedro nasceu com Hérnia Diafragmática Congênita (HDC) e permaneceu neste plano por apenas 28 horas. E neste pouco tempo que ele passou por aqui, deixou um linda lição de amor, força e garra.
Ele é com certeza um Anjo Guerreiro.


quinta-feira, 31 de março de 2011

Os animais também sentem

Há dois anos atrás, quando a cachorrinha da minha mãe deu cria, minha mãe insistiu que eu ficasse com um filhote. Eu não queria de jeito nenhum, pois não gostava de cachorros, mas acabei aceitando por se tratar de um filhote raro. Peguei ele apenas porque é um chowchow branco, e já tinha conversado com o Amaral sobre a forma que iríamos educá-lo. Nada de ficar no colo, nem dento de casa. Pra mim lugar de cachorro sempre foi na rua.

As vezes eu era até dura de mais, pois não gostava nem que os cachorros chegassem perto de mim, mas depois que o Sebastião foi pra nossa casa, algumas coisas mudaram em mim.

Escolhi esse nome por parecer uma mistura dos nomes dos pais dele (Bel e Tigrão), mas acabamos apelidando de Tião.

Minha relação com o Tião sempre foi muito diferente da minha relação com qualquer outro animalzinho. Eu me apeguei a ele como se fosse um filho. Me acordei várias vezes na madrugada pra dar colinho, mamadeira e fazer ele parar de chorar logo que foi pra nossa casa quando era bebezinho. Eu sabia quando resolvi ficar com ele, que se era pra ficar, era pra cuidar de verdade.

Ele era pra mim como uma criança e sempre teve os seus limites. Fizemos um esforço e educamos ele pra que nunca entrasse dentro de casa, pra que fizesse suas necessidades sempre no mesmo lugar. Ele sempre foi muito obediente e cresceu sendo um cachorro de pátio.

Nossa casa não tem passagem lateral, e pra ir da frente pros fundos tem que ser por dentro de casa. Então, quando ele precisava passar por dentro de casa, ele sempre pedia, sinalizava de alguma forma e só passava quando nós dizíamos “vai”.

Uma vez uma amiga minha ficou impressionada de como eu tinha conseguido educar ele pra que só respondesse aos nossos comandos. Não sei, eu procurava ler sobre a raça, via programas sobre educação de animais e tentava fazer com ele o mesmo. Deu certo.

Durante a minha gravidez ele se mostrou muito sensível. Era notável que ele tinha um pouquinho de ciúmes, mas sempre cuidava da minha barriga quando ia pular em mim pra brincar. Teve aquele episódio em que ele me lambeu toda quando descobrimos a HDC que me deixou muito impressionada.

Mas mais impressionada ainda eu fiquei há alguns dias atrás, quando ele apresentou um comportamento totalmente diferente do habitual.

Estávamos só eu e o Tião em casa, e ele estava como de costume: deitado na sombra do muro no pátio da frente de casa. Eu estava deitada no sofá olhando para o altarzinho que eu tinha feito para o João Pedro e pensando nele.

Esse altarzinho é um cantinho que fiz na minha sala como um lugar simbólico pro JP. Um lugar onde de vez em quando eu me sento e fico olhando as fotinhos dele, onde eu rezo, coloco flores. Nesse altarzinho eu coloquei a imagem de Santo Antônio que ganhei da dinda do João Pedro, minha amiga Vivi. Coloquei também a imagem do menino Jesus que ganhei do Padre Adilson, além de ter ali alguns livros sobre a doutrina espírita. É um cantinho meu que fiz com carinho dedicado o João Pedro.

Continuávamos eu e o Tião cada um no seu canto até que o Amaral chegou do trabalho e o Tião mudou completamente.

O Amaral entrou, me deu um beijo e quando vimos o Tião veio atrás dele. Ele entrou dentro de casa sem que nós tivéssemos autorizado. Xinguei ele, mandei ele sair e ele não me ouvia. Ele ficou andando em volta dentro de casa. Da porta da frente pra porta dos fundos, rodeava em volta da mesa, entrou no lavabo e de repente olhou pro altar e fico parado em frente. Olhava pro altar e ia na escada, voltava no altar e ia na escada de novo. Eu e o Amaral deixamos e ficamos só observando.

Ele subiu 3 degraus da escada, parou e ficou olhando lá pra cima (da escada dá vista direto pro quartinho do JP). O que achei engraçado é que o Tião nunca subiu escadas, nem mesmo no colo ele já foi no andar de cima, lá só tem os quartos e os banheiros, então nunca levei ele lá. Por que ele estava querendo subir???

Ele seguiu assim por algum tempo, do altar pra escada, e na escada ele tentava subir. Achei que precisava ajudá-lo, então subi a escada e fui chamando ele lá pra cima. Pra minha surpresa, ele foi subindo, cambaleando e quase no final ele parou, estava tremendo as pernas. Claro, ele nunca subiu uma escada na vida dele, era natural que tivesse medo. Desci com ele e ele seguiu naquela coisa de ficar pra lá e pra cá do altar pra escada.

Depois de um tempo, ele parou de andar, ficou parado na frente da mesinha do altar e de repente foi pra baixo dela e começou a rodear na tentativa arrumar uma posição de descanso. Ele fez isso durante um tempão, até que se acomodou e dormiu um belo de um sono.

Eu fiquei chocada com aquela atitude dele e conversando com o Amaral eu comecei a chorar. Pra mim era certo que o Tião estava vendo ou pelo menos sentindo alguma coisa, e só podia ser o João Pedro. O Amaral achou que eu estava ficando impressionada de mais e resolveu colocar o Tião pra rua. Ele relutou, mas acabou indo. Quando estava na rua ele me surpreendeu mais uma vez.

Assim que ele saiu de dentro de casa, foi direto pra porta do carro, levantou ficando apenas sobre as duas patas traseiras, se apoiou na porta do lado do motorista e ficou tentando pular a janela pra entrar no carro. Ele ficava com a cabeça pra dentro, farejando como se tivesse descobrindo alguma coisa. Como ele não conseguia pular a janela, acabou arranhando toda a porta do carro de tanto que esperneou.

O Amaral xingou ele e mandou ele ir pros fundos. Normalmente quando mandamos ele ir pros fundos, ele atravessa a casa sem nem olhar pros lados, mas dessa vez, ele não foi pros fundos, ele entrou em casa e foi direto pra baixo da mesinha do altar de novo e não tinha Cristo que tirasse ele dali. Tivemos que deixar até que ele saísse pro vontade própria.

Fotos que tirei do Tião em baixo do altar.
(Filmei também, mas o vídeos são pesados e não consigo postar)


Eu não sei o que ele pode ter visto ou sentido, mas no meu íntimo, tenho certeza que tem relação com o João Pedro. Depois de um tempo, o Amaral me falou que também achava isso, mas que na hora preferiu não alimentar meus pensamentos pra não me impressionar. Mas ele acha que pela agitação que o Tião tava, não era apenas uma pessoa que ele estivesse vendo, eram mais. Ele acha que o João Pedro pode ter vindo trazer seus irmãozinhos pra conhecer a família que um dia eles pertencerão. Sei lá, é tudo tão novo na minha vida que eu não sei mais no que acreditar.

Depois disso o Tião teve algumas outras vezes atitudes de parecer que está brincando ou correndo atrás de alguém. Não sei, não quero ficar alimentando esse tipo de coisa na minha cabeça, porque daqui há pouco eu posso acabar “criando” situações que me confortem e me iludindo com o irreal. Até agora, nada do que aconteceu me impressionou, muito pelo contrário, me serve de conforto e de base pra poder suportar a falta dele. É aquilo que eu já disse mais de uma vez: se é verdade eu não sei, mas se está me fazendo bem, isso é o que importa. De tudo isso eu tenho apenas uma certeza: ele continua vivo e nosso amor nunca  acabará.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Hora de agradecer


Meus pais me ensinaram que quando alguém nos estende a mão, temos que ser muito gratos e por isso eu queria muito agradecer pessoalmente às pessoas que fizeram parte da nossa trajetória.
Esperei um pouco, pra criar força e coragem e então marquei uma consulta com o Dr Lionel. Voltar no consultório dele não foi fácil. Olhava as crianças na sala de espera e lembrava que da outra vez quando estive lá, o João Pedro ainda estava comigo e agora eu estava voltando lá só com o Amaral.

Assim que entramos na sala do médico, ele nos deu um abraço tão carinhoso, que me senti confortada por alguém da família. Notei  que ele ficou feliz em nos ver. Conversamos um pouco e logo ele quis saber como estávamos nos sentindo, o que eu pensava em relação ao futuro. Ele foi mais do que um cirurgião pediátrico, foi como um psicólogo que tentava me ajudar. Conversamos bastante, falamos sobre o caso do João Pedro, sobre minha gineco não ter aparecido mesmo ele tendo conseguido que ela se credenciasse com o hospital, falamos sobre a possibilidade de eu e o Amaral termos outros filhos e de quando isso vai acontecer.

Lembrei que eu tinha na carteira uma fotinho do parto onde o Dr Lionel aparecia, então dei a foto pra ele como uma forma de agradecimento e lembrança. Pra minha surpresa, ele ficou tão emocionado, fez um carinho na foto, como se estivesse acariciando o João Pedro, encheu os olhos de lágrimas e disse: “mesmo diante de toda a dificuldade da situação, todos nós estávamos sorrindo felizes”. Sabíamos de tudo que poderia acontecer, mas mesmo assim, a emoção de trazer uma criança a mundo é tão grande, que nada nos preocupava naquela hora.

A essas alturas eu já estava chorando no consultório. Nunca encontrei um médico tão sensível e carinhoso como o Dr Lionel e eu estava muito emocionada com tudo. Depois que demos a foto a ele, ele estendeu as mãos pra nós e pediu: “eu não sou da mesma religião de vocês, mas vocês se importam que a gente faça uma oração juntos?” Claro que não me opus. Então de mãos dadas, o Dr Lionel fez uma linda prece pedindo proteção a todas as crianças , aos médicos que lidam com elas, pediu luz ao João Pedro e paz pra mim e o Amaral. Que médico age dessa maneira????? Fiquei mais emocionada ainda. Eu não estava acostumada com médicos assim.

Conversamos mais um pouco e na hora que nos despedimos ele nos pediu que quando resolvermos ter outro filho, que ele gostaria muito de ser comunicado, e disse que se não fosse pedir muito, ele gostaria que levássemos o bebê ao consultório pra ele conhecer. Gente, vocês têm idéia do que isso significa pra uma mãe???? O nosso contato com o Dr Lionel foi tão pequeno, e mesmo assim ele nos tratou e se envolveu como se nos conhecêssemos há anos. Num médico assim a gente pode confiar cegamente. Saí de lá com uma admiração muito maior do que já tive na primeira consulta. Com certeza ele é um homem iluminado, é um anjo que Deus mandou à Terra pra cuidar das crianças. Que Deus sempre o ilumine e o abençoe.

Outro dia tive uma experiência que foi como um divisor de águas na minha vida. Eu precisava de uns documentos do João Pedro pra levar no meu trabalho, só que estes documentos precisavam ser assinados pelos médicos que o atenderam, então eu teria que ir lá no hospital pra buscar. Eu não queria ir lá no Moinhos, tinha medo da minha reação, mas não tinha outra pessoa que pudesse fazer isso, tinha que ser eu. Então liguei, falei com o pessoal lá no hospital pra que deixassem pronto e eu só fosse buscar.

Chegou o dia de ir pegar os documentos e quando eu cheguei na frente do hospital me deu um frio na barriga e eu comecei a rezar, pedindo que o meu anjo me desse força pra entrar lá. Cheguei na recepção, expliquei a situação, o rapaz que me atendeu ligou pra neo pra saber se o documento estava pronto. Quando ele desligou, me disse que eu podia passar lá na neo que o documento estava pronto. Meu Deus, eu não estava preparada pra isso, achava que iam me entregar o documento na portaria do hospital. Nunca pensei que eu tivesse que subir até a maternidade. Rezei mais um pouco e fui.

Quando desci do elevador, já no andar da maternidade, eu me emocionei quando vi os enfeites de porta com os nomes dos bebês. Tentei não olhar, passar rápido pra não dar tempo de pensar.
Cheguei então na porta da neo. Olhei pro botão do interfone e não tinha coragem de apertar. Só vinha na minha cabeça o momento em que eu fui lá ver o João Pedro. Respirei fundo, pedi força e apertei o botão. Para minha surpresa, ninguém veio até a porta, só liberaram pra que eu entrasse. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo. Eles não deixam entrar na neo quem não é pai de bebê que esteja internado, por isso eu tinha certeza de que eu não precisaria entrar lá. Mas me enganei redondamente.

A porta se abriu e eu tive que entrar. Eu ia entrando com vontade de sair. Fui indo pelo corredor e não vinha ninguém pra falar comigo. A cada passo que eu dava, a minha lembrança ia aumentando. Só conseguia lembrar do momento em que me levaram pra me despedir do João Pedro. Esse é um momento que eu gostaria de esquecer.

Eu ia caminhando pelo corredor e parecia que eu nunca chegava onde tinha que pegar o documento. E quanto mais eu ia entrando, mais eu me aproximava da sala onde o JP estava. A mesa dos médicos fica bem na frente da porta daquela sala, e era lá que estava a médica que me entregaria o documento. Já cheguei lá no final chorando. Apenas me identifiquei e a médica me entregou o documento. Ela não foi uma das médicas que atendeu o João Pedro, então talvez ela não soubesse que seria muito difícil eu entrar lá.

Só peguei o documento, agradeci e virei minhas costas pra sair correndo de lá, e quando eu estava saindo, vi dentro de uma sala a Dra Desiree. Ela que é a diretora da neo e foi quem nos recebeu lá a primeira vez.

Achei então que essa seria uma boa oportunidade de eu agradecer o que ela e toda equipe fizeram por nós. Cheguei na porta da sala e disse que talvez ela não lembrasse de mim, e pra minha surpresa ela disse “claro que me lembro Grayce”. Então ela veio até mim, me abraçou e chorou junto comigo. Não é em qualquer lugar que se encontra médicos assim... Conversamos muito, agradeci muito a ela o que fizeram por nós. E ela ficou muito feliz, pois me disse que a maioria das pessoas na minha situação reage ao contrário, nunca mais volta e fica com raiva das pessoas que se envolveram.

Eu tenho consciência e disse pra ela, que sei que a equipe da UTI Neo do Moinhos fez tudo o que foi possível pelo João Pedro, e o que aconteceu não foi culpa delas. Aliás, não foi culpa de ninguém. Quem sabe os propósitos de Deus???

Falei pra Dra que eu pretendo ter meus próximos filhos lá no Moinhos, porque quero fechar um ciclo que iniciei e ficou incompleto. Ela ficou muito feliz, me abraçou e chorou comigo várias vezes. Ela me disse uma coisa que eu fiquei pasma. Disse que depois do que aconteceu com o João Pedro, fizeram uma reunião na neo e algumas pessoas criticaram o fato da Dra Desirré e da Enfa Andreia terem nos apresentado à Debie e ao Rafa (pais da Cecília que teve HDC e o caso foi de sucesso). Alguns acharam que isso pôde ter nos criado uma expectativa irreal da situação, que eu poderia ficar decepcionada porque deu certo com a Cecília e não com o JP.

Falei pra ela que isso que algumas pessoas pensaram foi exatamente ao contrário. Eu adorei ter conhecido a Débie e o Rafa. Foi muito importante pra gente poder ter tido contato com eles. Sabíamos que mesmo tendo dado certo com a Cecília, não era garantido que daria certo com o JP. Mas conhecer eles e ver a evolução da Cecília nos deu a certeza de uma coisa: nós tínhamos que lutar com ele e jamais desistir. A Débie, o Rafa e a Cecília Batatinha foram pessoas chaves na nossa história. E quando contei isso pra Dra Desiree, parece que tirei um peso das costas dela.

Seguimos conversando e eu falei pra Dra que eu tinha o sonho de ter um quadrinho do JP lá no corredor da neo, mas que infelizmente isso não seria possível pois nosso caso não teve um final feliz. Mas ela foi tão querida e carinhosa comigo que disse que eu posso sim fazer o nosso quadrinho e deixar ali uma mensagem de força e coragem para os pais da neo, falando pra eles que o importante é lutar junto, independente do final da história. Fiquei feliz com isso. Quero sim fazer este quadrinho, mas ainda não me senti preparada. Assim que chegar o momento, ele será feito e entregue à Dra Desireé.

Saí lá da neo muito diferente de quando entrei. Foi como se eu tivesse quebrado uma barreira e a partir daquele momento eu tivesse ficado pronta pra outra. Uma coisa estranha, parecia que faltava só isso pra eu me recuperar. Foi como se eu tivesse fechado um ciclo pra reiniciar outro.
Isso não muda a saudade que eu sinto e a falta que ele me faz, mas parece que passei a viver diferente, mais leve e mais tranqüila.

Quero reforçar aqui, um agradecimento especial aos profissionais da saúde que passaram pela nossa vida neste momento tão difícil.

Dr. Lionel Leitzke (cirurgião pediátrico) – por todo empenho em fazer acontecer, por estar presente me dando apoio na hora do parto, pelo carinho, sensibilidade e dedicação com a gente. Por ter sido o anjo que Deus colocou no nosso caminho.

Dr. Paulo Ferreira (cirurgião pediátrico)– medico do hospital Santo Antônio por ter nos dado uma aula sobre HDC.

Dra Desireé e Enfa Andréia (diretora e Chefe da UTI Neo do Moinhos) – por terem nos permitido conhecer a neo antes de tudo, por terem nos apresentado a Débie e o Rafa e por toda atenção e carinho.

Dr. Arlindo Rosa (obstetra) – por ter se acordado de madrugada para ir de emergência fazer meu parto, sendo que nem me conhecia, por ter feito um trabalho excelente e proporcionado uma ótima recuperação da minha cesárea e por até hoje me dar atenção e ter se tornado meu médico a partir de agora.

Dr. Marcelo (anestesista) – pelo carinho na hora do parto e pela delicadeza e consolo depois que tudo aconteceu.

Dras. Elisabeth e Betânia (intensivistas neonatal) – por receberem o meu anjinho, cuidarem dele e pela força e apoio na hora mais difícil.

Piscóloga Mariana (psicóloga da neo do Moinhos) – pelo carinho dedicado a nós no pior momento da nossa vida.

Téc. De Enfermagem do Moinhos – por todo carinho em me atender e cuidar do João Pedro na neo.

Quero aproveitar este post, para incluir aqui as pessoas as quais eu serei eternamente grata. Pessoas que talvez nem imaginem o quanto são importantes pra nós. A situação que passamos nos mostrou quem são realmente os nossos amigos e quem são as pessoas que mesmo sem grande amizade, nos mostraram o quanto gostam da gente.

Aerton e Elaine – meus pais, que cederam a sua casa, seu quarto, sua cama pra que eu e o Amaral pudéssemos nos recuperar até ter coragem de voltar pra nossa casa. Que fizeram e fazem tudo pra tentar nos deixar bem. 
Sela – mãe do Amaral, que da sua maneira tenta nos agradar pra nos deixar bem.

Artur e Salete – pai e madrasta do Amaral que participam junto da nossa dor e fazem de tudo pra nos agradar.

Glaucia e Filipe / Vivi e Eder / Daia e Cláudio / Deisi e Dudu – nossos irmãos, amigos, compadres que aceitaram ser os dindos do João Pedro e honraram este compromisso mesmo a situação sendo muito difícil. Pelo apoio, carinho e força que nos dão no dia-a-dia, por chorarem junto com a gente, tentando dividir o nosso sofrimento.

Tia Néia e Bonito – meus tios que estiveram presentes em todos os momentos, que me disseram palavras lindas e que me dão força até hoje.

Tio Mauro – que mesmo do jeito ele, me mostrou o quanto amava o me filho.

Tia Dulce – que de todas as formas tentou nos dar apoio e coragem.

Daisi – minha prima que não mediu esforços, nos deu força e nos levou pela primeira vez no centro espírita Boa Nova.

Paula e Tio Zezinho – minha prima e meu tio que nos deram um apoio espiritual.

Mara e Lécio – amigos, pais, nossos padrinhos que estiveram presentes em todos os momentos, dos mais felizes aos mais tristes e que são como nossa família.

Jéverson e Aline – primos do Amaral que estiveram junto com a gente nos momentos mais difíceis.

Tiago – primo do Amaral que parecia não acreditar no que estava acontecendo, mas mesmo assim estava lá, presente nos apoiando.

Bel e Guinho – meus primos que me deixaram por alguns instantes usar a Duda pra sentir de novo aquele cheirinho de bebê que o João Pedro tinha.

Heloisa, Camila e Clóvis – minha madrinha e meus primos que ficaram com a gente até o fim, que se preocuparam com o nosso bem estar e que sempre voltam seus pensamentos pra gente.

Kátia do Beto – prima distante, que me disse coisas lindas durante a gravidez, que me confortou e me deu apoio e carinho, mesmo que de longe.

Leandro e Léia – coordenadores do grupo Estrela Guia do centro espírita Boa Nova que sempre me disseram coisas lindas e me deram força pra ir adiante, coragem para encarar as dificuldades e me ensinaram a ter fé.

Padre Adilson – este homem santo, que apenas com um olhar e poucas palavras consegue fazer eu me sentir mais perto de Deus.

Avelino – vereador , amigo da família que ajudou meu pai e o Amaral com a correria de funeral, que homenageou o João Pedro em uma sessão na câmara de vereadores e que apóia minha família sempre.

Dra Raquel Lobato – amiga da minha mãe que encontrei no elevador do prédio quando descobri a gravidade da HDC. Além de me acalmar e me dar força, conseguiu pra mim indicação de um médico muito bom.

Débie, Rafa e Cecília – pessoas maravilhosas que nos receberam no hospital e nos contaram a sua história de sucesso com a HDC e nos deram um exemplo de força e dedicação.

Fátima e Paulo – sogros da minha irmã que estiveram com a gente o tempo todo e principalmente apoiando meus pais.

Maikel – meu cunhado, que até hoje nos dá apoio e carinho.

Dani, Tati e Gisa (e seus maridos) – minhas amigas do coração, do tempo do colégio, que passaram a noite com a gente nos dando força e apoio.

Meus colegas de trabalho – aqueles que estiveram presentes pessoalmente e em pensamento, que me deram força, apoio e carinho. Cito os nomes dos que estiveram mais presentes, mas todos foram importantes: Gisa, Diogo, Fabi, Paty, Ju, Daia, Aline, Ana, Pauline.

Colegas do Amaral – que deram o apoio no trabalho pra que ele seguisse a vida como antes. Cito os nomes de quem ele me comenta, mas com certeza tem muito mais do que isso: Luciano, Gerson, Ricardo, Paulo, Francisco e sua esposa Angelita e um agradecimento especial ao Ronaldo e sua esposa Denise, que mesmo sem nos conhecermos, me apóia incessantemente.

Os nossos grandes amigos Dani e Ilton, Fabi e Everton, Sheila e Willian,  Aline e Rodrigo, Sabrina e Maickell que estiveram presentes durante todo o tempo, e nos apóiam e nos dão força até hoje, que choram e sofrem junto, que sentem a mesma saudade que a gente, uma saudade de coisas que não pudemos viver.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que passaram pela nossa vida nesse momento de dor. E de tudo isso, conseguimos tirar uma coisa boa: NÓS TEMOS AMIGOS. Amigos de verdade, que não estão presentes apenas nos bons momentos, amigos que são mais que família, pois nem toda a nossa família participou isso com a gente. Amigos que respeitaram o nosso momento, o nosso nervosismo e a nossa privacidade em querer preservar o João Pedro durante a gravidez não contando pra todo mundo que ele tinha HDC.

AMIGOS são pra toda hora.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sempre presente

A vida é feita de escolhas: ou eu escolhia encarar o mundo e tentar viver legal, ou podia escolher entrar num poço sem fundo e nunca mais sair. Escolhi a primeira opção, mas é claro que isso só aconteceu porque tive ajuda do Amaral, da minha família e dos meus amigos, sem contar o apoio do Boa Nova. Então optei em seguir a vida da melhor maneira dentro do possível.

O Amaral já tinha retornado ao trabalho, então durante a semana e procurava me envolver com meus artesanatos, fazer as coisas que gosto. E no final de semana, sempre tínhamos algo pra fazer, mas nunca, nunca mesmo, ficávamos em casa. Procurávamos estar sempre rodeados dos nossos amigos, das pessoas que nos fazem bem.

Num dos finais de semana resolvemos ir pra praia. Meus pais já estavam lá e estavam nos esperando. Eles gostam muito de pescar, e já estavam lá há alguns dias sem pegar nada. Minha mãe sempre sonhou em pescar uma Corvina, uma peixe grande, que dizem ser difícil de pescar, e ela nunca conseguiu. Quando saímos de casa, eu sai rezando, pedindo pra que Deus protegesse a nossa casa durante nosso passeio e de repente me peguei “conversando” com o João Pedro em oração. Eu pedi: “Filho, dá de presente pra vó a corvina que ela tanto quer. Faz o vô ficar morrendo de ciúmes. Empurra esse peixe pro anzol dela, pra deixar ela feliz.” Depois fiquei com peso na consciência, pensei que eu não devia fazer esse tipo de coisa, mas agora já tava feito. Não comentei com ninguém, pra não ter que ouvir críticas depois.

O tempo na praia estava tão ruim que só saímos pra pescar no domingo, e ainda assim não pegamos nada. Pensei “é, não adiantou nada eu pedir”. Voltamos pra casa, e na segunda-feira de noite minha mãe me ligou, e mal eu atendi o telefone e ela me disse “filha, tu não vai acreditar! Pesquei a corvina. Era tão grande que chegou a arrebentar meu caniço”. Na mesma hora eu caí no choro. Contei pra ela que eu tinha pedido pro JP dar isso de presente pra ela e ela se emocionou também. Conversamos mais um pouco e nos despedimos. Assim que desliguei, chorei e agradeci a ele. Realmente o meu filho é um anjo. Ele me ouve e me atende sempre. Não teve como eu não acreditar que isso não foi um presente dele pra minha mãe. Isso é mais uma prova de que o amor não tem barreiras.

No final de semana seguinte voltamos pra praia. Desta vez tinha mais gente e resolvemos sair à noite. Eu não me sentia a vontade de sair, não conseguia me divertir, as músicas me lembravam ele e eu acabava estragando o clima de quem estava comigo. Mas naquela noite foi diferente. Foi a primeira vez que consegui me divertir, dei risada, tomei uns golinhos de cerveja e até dancei. No outro dia meu pai conversou comigo e chorou emocionado dizendo que estava feliz em me ver bem, querendo viver. Só de lembrar disso, já começo a chorar...

Naquela noite quando voltamos pra casa, eu não estava conseguindo dormir, me revirava o tempo todo. Então resolvi levantar e ir pra rua. Na madrugada, fui pra frente de casa e fiquei olhando as estrelas. As ruas escuras e a noite iluminada só pela lua faziam com que as estrelas aparecessem muito mais. Era uma imagem maravilhosa. Mas tinha uma estrela especial, a maior e mais brilhante, que chamou a minha atenção o tempo todo. Eu olhava pra ela e lembrava da Amanda, sobrinha do Amaral que tem 7 anos e que vive perguntando se é na estrela mais brilhante que o João Pedro mora. Naquela situação, olhando pra estrelas, eu me senti um pouco criança e deixei que minha imaginação pensasse que o João Pedro realmente estava lá naquela estrela mais brilhante.

Eu fiquei  o tempo todo “conversando” com ele e olhando praquela estrela como se ele fosse aparecer pra mim. Eu pedia isso o tempo todo. Fechava meus olhos e pedia que ele viesse até mim e me desse a oportunidade de sentir um toque pelo menos. Mas isso não aconteceu. Só o que se aproximou de mim foram dois sapinhos que vieram pulando até os meus pés. Fiquei um pouco frustrada. Foi a primeira vez que ele não me ouviu.

Quando percebi o dia estava clareando e eu ainda estava ali sozinha no meio da rua. Peguei uma cadeira e fui pra beira da praia e fui presenteada pelo mais belo nascer do sol que eu já vi. A praia deserta, só eu, o sol e os passarinhos. Filmei aquela imagem, e foram 7 minutos de um momento meu com a natureza.

O sol estava alto e eu resolvi voltar pra casa antes que dessem falta de mim. Ainda não tinha sono, li um pouco e só lá pelas 8 da manhã, quando o pessoal já estava levantando, que eu fui me deitar. Dormi um pouco e quando acordei contei pro Amaral que eu tinha ficado na beira da praia, pois ele tava tão cansado que nem viu que eu não estava na cama. Falei pra ele também que eu pedi tanto pro João Pedro se manifestar pra mim mas que isso não tinha acontecido. Então ele me disse: “e aquela imagem linda de nascer do sol?” Realmente... poder ver aquela beleza foi um presente, e as vezes não nos damos conta dos presentes que ganhamos.

Os dias seguiam, e eu ia me acostumando a conviver com a saudade, mas em momento algum eu esquecia.  Sempre que eu pensava nele, eu acabava rezando. Todas as noites eu rezava, e ainda rezo, pedindo que ele encontre seu caminho, que ele siga o propósito que Deus lhe deu e que ele proteja os amiguinhos e amiguinhas dele aqui. Já que ele é um anjinho, que ele possa ser o anjo da guarda das crianças amiguinhas dele. E não tenho dúvidas de que ele realmente olha pelas crianças e que inclusive está presente no dia-a-dia delas.

Minha comadre Dani, mãe da Manu, me contou que um dia a Manu estava na sala olhando TV e de repente começou a gritar eufórica “olha mãe, achei, achei ele”, e a Dani perguntou “ele quem filha”, e a Manu respondeu “o João Pedro”. A Dani ficou pasma e perguntou “onde tu achou ele filha?” e ela disse “ali na TV ó, com a Xuxa”. Então a Dani viu que no programa a Xuxa estava entrevistando um menino e nome dele era João Pedro, aí a Dani disse pra ela “não filha, esse é outro João Pedro” e eis que a Manu pergunta “então não é esse que vem no meu quarto me ver?” O que responder numa hora dessas???

Como uma criança de apenas 2 anos poderia inventar coisas desse tipo? A Manu sequer viu o João Pedro, apenas por foto, e ela também não sabe o que aconteceu. A Dani não contou, até porque ela não iria entender. Mas com freqüência ela nos faz comentários e nos dá a certeza de que ele está presente na vida dela. Acredito que não só na vida da Manu, mas ele esta presente na vida de todos nós que o amamos, mas ela é quem tem o dom de poder vê-lo. E o melhor, ela não fala nele com medo. Isso significa que a presença dele é agradável pra ela.

Fico contente quando isso acontece. Pra mim, além disso reforçar que ele é um anjinho, me mostra que ele é obediente, pois todos os dias eu peço que ele cuide dos amiguinhos e amiguinhas dele, e é isso que ele está fazendo.

A Camila, minha afilhada, tem 3 anos e também nos deu a entender que já andou conversando com ele. Foi muito casual. Era semana do Natal, estávamos em Nova Petrópolis e eu vi pra vender mola-maluca numa lojinha. Lembrei da minha infância, e achei que ia ser legal dar pras crianças de presente, afinal, elas nunca viram esse brinquedo. Era tão baratinho que comprei todas as 6 que tinham na loja. Demos pra Amanda, pro Renan, pro Vinícius, pra Manu, pra Camila e sobrou uma que não tinha pra quem dar. A Camila ficou tão encantada que nem deu bola pra boneca que demos junto. Ela estava brincando com a mola-maluca e lá pelas tantas ela me disse “dinda, sabia que eu tenho um primo que também brinca com isso aqui? Só que ele não mora aqui, mora lá no céu”.

Ouvi aquilo, engoli seco e olhei pra Fabi, mãe da Camila, e ela me disse que nos últimos dias a Camila falava o tempo todo nesse tal primo que morava no céu. Lembramos que nós duas falávamos que íamos ensinar a Camila e o João Pedro a se chamarem de primos. Como duvidar que ele esteja presente no dia-a-dia dela também? Talvez esta foi a maneira que ele encontrou de se apresentar pra ela.

E outra coisa interessante: eu comprei 6 molas-malucas, mas só tinha 5 crianças pra presentear. A que sobrou eu acho que já tinha dono... Sem dúvidas, eu guardei junto com os outros brinquedinhos dele.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mensagens divinas

Chegou 2011, mas pra mim tudo continuava a mesma coisa. Eu sentia uma tristeza enorme pela falta do meu gurizinho. 

Segunda-feira, dia 3 de janeiro foi um dia terrível, pois era neste dia que o João Pedro nasceria, mas na verdade já estava fazendo um mês que ele tinha partido. Eu passei o dia mal, chorando o tempo todo, não conseguia pensar em outra coisa se não na perda física do meu anjo.

Na quarta-feira seguinte era dia de orientação no Boa Nova, então fui até lá para pedir um encaminhamento para um grupo específico. Aproveitei e conversei com as orientadoras sobre as coisas que vinham acontecendo. Elas ficaram admiradas com o fato da Manu ver o JP e a outra guriazinha e com o meu relato sobre o nome dele na sacolinha, e me disseram que eu deveria me sentir muito privilegiada por este tipo de contato, pois não é qualquer pessoa que tem esse tipo de privilégio e não é qualquer ser espiritual que tem esse tipo de permissão. Me disseram também que o João Pedro é um espírito evoluído, iluminado, que veio nesta existência com uma missão muito bonita, e que mesmo tendo vivido apenas 28 horas, conseguiu concluir seu trabalho. Elas me disseram que um dia eu entenderia. Me disseram também que é muito provável que um dia ele volte pra mim, porque nossos laços de amor não se desfizeram com a morte do corpo.

Eu já falei várias vezes aqui no blog que, hoje, depois de tudo que eu vivi, acredito em tudo, e lá no Boa eu tenho encontrado as respostas pras minhas perguntas e por isso sei que um dia eu vou sim entender qual a missão que o JP tem, ou melhor, acho que já estou entendendo.
Me encaminharam para o grupo Redenção-Renascer, um nome bem propício pra situação atual.

Saí do Boa Nova mais leve, com o astral melhor. Minhas cunhadas tinham ido junto comigo e adoraram a casa. Depois da dor que nossa família passou, muitos procuraram ajuda no Hospital Espiritual Boa Nova como é dito, e todos foram muito bem atendidos. Lá sempre encontramos luz, paz e conforto. É muito bom e recomendo a todos. Aliás, recomendo é que todos procurem encontrar o caminho de Deus, independente de religião. Se o lugar que vou me faz bem, é porque Deus me guiou até lá. Por isso que hoje freqüento uma casa espírita e também uma igreja católica. E se encontrar a paz em outros lugares, também passarei a freqüentar.

Neste mesmo dia, eu fui também à missa do Padre Adilson. Todas as quartas-feiras ele faz a missa da benção e eu aproveitei pra colocar o nome o João Pedro nas intenções. Como sempre, a missa foi linda e no final o Padre saiu fazendo as bênçãos. Nós estávamos lá no fundo da igreja, em meio a multidão que se aglomerava pra receber os pingos da água benta. Quando o Padre estava chegando perto, senti uma necessidade de ficar mais próxima dele e pedi que o Amaral trocasse de lugar comigo. O Padre então passou por mim, olhou no fundo dos meus olhos, fez a volta no banco que eu estava, apontou pra mim, colocou a mão dentro da batina e pegou um objeto, apontou pra mim de novo e fez um gesto sinalizando que queria me entregar o tal objeto. O Amaral estendeu a mão pra pegar, mas o Padre se negou, e mais uma vez sinalizou que eu é quem devia receber o que ele tinha nas mãos. Estendi a mão pra ele e quando vi, ele havia colocado nas minhas mãos uma miniatura em resina do Menino Jesus. Chorei muito quando vi. Tudo isso aconteceu em silêncio, sem troca de palavras, apenas de olhares. Depois que me entregou o presente, o Padre me olhou com um olhar típico de quem está compadecido da dor do próximo, nos jogou água benta e em silêncio se afastou.

Me fiz tantas perguntas naquele momento: Teria sido isso apenas coincidência? Será que o padre anda com os bolsos da batina cheio de imagens do Menino Jesus? Como o Padre lembrava de mim se eu não freqüentava a igreja? Eu sabia que ele tinha algo pra mim? Porque pedi pro Amaral pra tocarmos de lugr e eu ficar mais perto do Padre? Se aquilo era intencionalmente pra mim, como ele sabia que eu estaria na missa? Como ele me achou no meio da multidão?

Impossível não acreditar que este foi um momento divino. Foi tão emocionante. Além de mim, vi que algumas pessoas a nossa volta estavam chorando emocionadas. Aquilo pra mim soou como uma mensagem de Deus: “Eu levei o teu filho, mas agora através desta imagem Estou te dando o Meu.” É claro que uma imagem não me serve de recompensa pela perda do meu filho, mas identifiquei aquilo como uma mensagem da presença de Deus em minha vida, de que Ele estaria me mandando o Seu filho para me ajudar a viver sem o meu.

Simplesmente sem explicação...

Os dias seguiram melhor depois disso e já na minha primeira participação no grupo Redenção – Renascer tive outra mensagem divina.

Eu não estava gostando do meu grupo, a mulher que coordenou não sabia muita coisa. Ela explicou que não era ela quem daria a palestra, que ela foi pega de surpresa porque o palestrante principal estava no hospital e a suplente estava de férias e como não tinha ninguém pra coordenar o grupo, ligaram e a convidaram. Ela disse que não sabia nem sobre o que falar, então rezou, pediu ajuda dos seus mentores e abriu o livro dos espíritos, que caiu na página sobre mediunidade. Então ela copiou algumas coisas e simplesmente leu. Mas também coitada, ela não estava preparada, depois entendi. Mas eu estava só de corpo presente, estava com sono e louca de vontade de sair dali, mas algo me dizia que eu tinha que ficar até o final. Tinham poucas pessoas presentes, acho que umas 10 e por isso ninguém se animava a comentar o assunto. Foi uma chatice. Mas pra finalizar, a coordenadora disse que havia trazido um outro texto, bem pequeno, que não tinha a ver com o assunto que tratamos naquela noite, mas que ela sentiu vontade de trazê-lo. Ela pediu que um participante lesse, e o texto dizia assim:
“Mãe,
Ninguém passa por esta vida sozinho
Ninguém sai desta vida sozinho
Cada um que passa, tem seu tempo certo
Os outros que virão, não são substitutos
Cada um tem o seu lugar
Quem vai, não vai sozinho
Pois leva da terra o amor que lhe deram
Quem fica, não fica sozinho
Pois fica com o amor que lhe deixaram”

Nem chegou ao final do texto e eu já estava chorando. Tentei disfarçar, esperei que todos saíssem e quando ficamos sozinhas, fui até a coordnadora, pedi para ler de novo e não agüentei, desabei na frente dela. Ela ficou assustada, perguntou se eu precisava de ajuda, eu nem respondi e perguntei de onde ela tinha tirado aquele texto. Ela me respondeu que a filha dela deu aquela cartinha com aquele texto pra ela há uns 20 anos e que naquele dia, quando ela estava rezando, pedindo ajuda aos seus mentores para que ela conseguisse conduzir o assunto, a cartinha caiu do meio do livro que ela segurava, então ela achou que aquilo fosse um sinal e que ela deveria trazer pra ser lido.

Enquanto ela ia falando eu ia cada vez mais chorando e ficando pasma. Ela insistiu, perguntando se eu precisava de ajuda, então eu disse que havia perdido meu filho e que aquele texto parecia uma mensagem que ele estava enviando pra mim. Ela só me disse “muitas vezes a gente não sabe porque certas coisas acontecem”, me abraçou, me deu um passe e fomos embora.

Mas fiquei com uma pulguinha atrás da orelha: A mulher não ia na casa naquele dia, não sabia nem sobre o que falar, falou sobre um assunto que não tinha tanto interesse, mas do nada, os mentores espirituais dela orientaram que ela levasse uma mensagem de filho pra mãe. Porque??? Parece que o João Pedro sabia que eu ia lá e resolveu me mandar um recado. Alguém duvida que isso seja possível? Eu não...

A cada dia que passava eu sentia mais e mais que o meu filho fazia parte do meu dia-a-dia, me iluminando, me guiando... Sentia que ele estava me ajudando a superar tudo. Comecei a sentir vontade de viver novamente, de aproveitar os momentos bons da minha vida. Curtir os meus amigos, que são muitos, enfim, de viver e aproveitar a vida levando ele comigo no meu coração.

Percebi  que meu filho é mais forte do que eu imaginava. Mesmo não estando neste plano, ele sempre consegue meios de me passar coragem e força para eu continuar vivendo. É por ele que estou aqui, é por ele que eu vivo cada dia da minha vida. Pela força que ele me passa.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Um jeito novo de ser mãe

As festas de final de ano estavam se aproximando. Mas o que eu tinha pra festejar???? Tinham sim acontecido muitas coisas boas durante o ano, mas a única coisa ruim superou todas as coisas boas. Antes tivesse sido ao contrário. O resto todo tivesse sido ruim e apenas uma coisa tivesse sido boa. Mas como minha amiga Dani me disse “Deus sabe o que faz, e a gente não sabe o diz...”. Guardei essa frase na minha cabeça, porque é a mais pura verdade.

Eu estava irritava na semana antes do Natal. Ficava com raiva de ver as pessoas alegres, comemorando o ano que estava acabando. A felicidade das pessoas me incomodava, e por isso eu saia pouco de dentro de casa, mas aí me deparava com a televisão, e me irritava também. Minha moral me dizia que eu não devia agir assim, que era feio invejar a felicidade das pessoas, mas minha mente não conseguia fazer outra coisa. Eu sabia que eu estava errada, mas não conseguia fazer diferente. Era muito complicado entender o que se passava na minha cabeça. Nem eu me entendia. Mas aminha psicóloga dizia que isso ia passar.  

Resolvi que ia fazer uma tatuagem pro JP. Eu já tinha um raminho de flores no pé com as iniciais minha e do Amaral, e sempre dizia que quando tivesse filhos, ia incluir as iniciais dos filhos também. Então fui ao Studio de tatoo e pedi pro Jean fazer as letras JP com asinhas e aureola, simbolizando um anjinho. Em meia hora estava pronta, e ficou linda. Chorei quando vi, pois não era bem assim que eu imaginava homenagear meu filho, mas nesta situação, não tinha como ser diferente. Todo mundo elogiava e me diziam que não tinha homenagem mais bonita que eu pudesse fazer. Sei lá, eu achava que aquilo era pouco, mas não tinha mais o que fazer.


Chegou então a noite de Natal. Há 19 anos minha família passa o Natal sempre juntos e temos a tradição de fazer amigo secreto. Já tínhamos sorteado os nomes antes de tudo acontecer, mas diante da situação, cancelamos. Tirei o papelzinho pelo JP, e o amigo secreto dele era o meu primo Dudu, que ia ser um dos dindos, e quem tinha tirado ele era o meu primo Filipe, que seria o outro dindo. O Dudu e o Filipe eram os únicos meninos da família até a chegada do João Pedro, e casualmente o amigo secreto ficou entre os meninos da família.

A ceia seria na casa da Tia Néia, e eu já saí de casa chorando, pois imaginava que na noite de Natal ele ainda estaria dentro da minha barriga. Eu estava muito emotiva, e não tinha como ser diferente. A época de final de ano já é uma época propícia ao sentimentalismo. Eu sou uma chorona independente da época, e com tudo que tinha acontecido, eu estava em frangalhos.

Sempre fazemos a ceia por volta das 23 hs, para que à meia-noite estejamos livres pros abraços, e antes de ceiarmos, fazemos nossas orações de agradecimento. A hora estava se aproximando, e eu comecei a me sentir mal. Fui pra perto do Amaral, tentei disfarçar mas não consegui. Me abracei nele e comecei a chorar. Logo chegou minha mãe e meu pai. Eles nos abraçaram e choraram junto com a gente. Minha tia Neia veio nos abraçar também, e a noite virou uma choradeira. Não tinha como ser diferente. Só conseguia pensar nele, que era noite de Natal e eu não tinha comigo o meu filho. Lamentava que eu não pude nem comprar um presentinho de Natal pra ele.

Na hora da ceia, meu tio Bonito, dono da casa, fez o agradecimento inicial e passou a palavra pro Amaral, que só conseguiu agradecer o apoio e o carinho que minha família estava nos dando. Eu não conseguia falar, então pedi que minha irmã lesse as cartinhas que o João Pedro havia nos mandado através do centro espírita. Depois disso, minha prima Daisi pediu se podia ler uma mensagem que ela escolheu pra mim e pro Amaral. A mensagem era assim:

“Grayce e Amaral
Hoje, de algum lugar longe dessas terras, há um doce olhar só pra vocês. Um olhar especial, de alguém especial, de distantes origens. Um olhar de um justo coração que pulsa à vida, que sorri porque ama plenamente, sem julgamentos, preconceitos nem prisões.
Hoje, como ontem, longe desses céus, há um encantador olhar só pra vocês. Nesse olhar vai para vocês a magia da luz, a simplicidade do perdão, a força para comungar com a vida, a esperança de dias mais radiantes de paz.
Hoje, de algum lugar dentro de vocês, alguém que já os amou muito e ainda os ama diz para vocês que valeu a pena ter estado nessas terras, sob estes céus, falando de união, paz, amor e perdão... Para vocês poderem sentir a força que faz vocês sorrirem e continuarem o caminho que um dia aquele doce olhar iniciou pra vocês.
Tudo isso, só para você saberem que a vida continua e a morte é apenas uma viagem...”

Linda a  mensagem, não tinha como não me emocionar, ali dizia coisas lindas, e eu sentia como se o João Pedro estivesse nos mandando um recado.

Não só pra mim e pro Amaral, mas pra toda a minha família, o Natal não teve sentido desta vez. Não festejamos, apenas ceiamos e acabou a noite. Fomos pra casa cedo. No outro dia fomos almoçar com a família do Amaral. Lá foi mais um encontro de emoções. Minhas cunhadas e a esposa do me sogro choraram muito quando nos abraçamos. Foi um Natal difícil pra todos.

No domingo, dia 26, estava um dia muito bonito e fomos pra casa dos meus pais aproveitar o dia na beira da piscina. Aos poucos começaram a chegar nossos amigos e logo a casa ficou cheia. Tava tão bom estar no meio das pessoas que gostamos que consegui espairecer e curtir o dia. Não deixei de pensar nele um só momento, mas conseguia pensar nele com alegria. A casa estava cheia de crianças, todas se divertindo, correndo e se atirando na piscina. Pensei muito no JP, ele ia adorar estar ali com certeza. O clima era de tanto amor que com certeza ele estava lá.

O Lécio, amigo do meu pai, me abraçou e disse que eu não devia ficar triste, pois logo logo viria uma menina pra alegrar nossos dias. Eu ri, pois várias pessoas já tinham me falando que achavam que em seguida eu teria outro filho e seria uma menina. Então o Lécio me disse que não estava brincando, pois ele havia “conversado” com o João Pedro e ele tinha dito que em breve mandaria uma menina para ser guiada por ele. O Lécio sempre teve essas coisas de ser sensitivo, e eu nunca tinha dado bola, mas agora, depois de estar indo no Boa Nova, eu acreditava em tudo.

No final do dia, chegou o Guinho, primo do meu pai, com sua esposa Bel e a filhinha deles Duda que nasceu um mês antes do JP. Não agüentei quando vi a Dudinha. Pedi pra pegar ela o colo e pude sentir nela o mesmo cheirinho do João Pedro. Abracei ela forte, fechei meus olhos e imaginei que fosse ele. Foi tão bom aquele tempinho com ela que pareceu mesmo que era ele que eu estava segurando. Quando percebi, além de mim todas as outras pessoas na volta estavam chorando também.

Mais tarde a minha comadre Dani tinha que ir embora. Então quando eu fui levá-los até o portão, a Manu, filha dela que tem apenas 2 anos mas é muito esperta, olhou pro Canil, apontou e perguntou “aquele ali é o Zuão Pedo?”. Meu Deus, minhas pernas bambearam... perguntei pra ela onde ela tava vendo e ela respondeu “alí ó, zunto cus caçorro”. Daí eu disse, “deve ser ele sim, o que ele ta te dizendo?” e ela me disse “ele não sabe falar”. Fiquei zonza, apavorada, mas era um pavor de felicidade. Percebi que tinha esquecido a chave do portão, voltei pra buscar e quando cheguei no portão de novo a Manu apontou pra outro lado e perguntou “e aquela ali quem é?” Respondi que não sabia, pois eu não estava vendo nada, ninguém além da Manu estava vendo coisa alguma, só ela. Não demos corda pra ela, pra não incentivar, mas ela falava coisas espontâneas.

Fiquei radiante com aquilo. Pra mim foi como se o João Pedro tivesse vindo me visitar. Eu não podia vê-lo, mas sabia que ele estava ali. Pensei nele o dia todo com tanto carinho, que o sentimento atraiu ele pra perto. Se isso é verdade ou não, eu não sei, mas me fez um bem enorme, e eu preferi acreditar. Afinal, porque uma criança de apenas 2 anos ia “inventar” uma coisa dessas?

A Dani me contou outro dia que depois que chegaram em casa, ela conversou com a Manu e perguntou: “Filha, tu viu nenê lá na casa da Tia Grayce?” e a Manu respondeu “vi mãe, eu vi os dois nenê da tia Gueici” e a Dani perguntou de novo “que dois nenê Manu?” e ela respondeu “é mãe, os dois: o Zuão Pedo e guriazinha. Como é o nome da guriazinha mãe?” Então a Dani não entendeu e perguntou se a Manu tava falando da Dudinha e eis que a Manu responde “não mãe, a Dudinha é filha da ota titia, e eu to falando da filha da tia Gueici”. Daí a Dani disse pra Manu que não sabia quem era, porque eu não tinha uma filha, então a Manu falou “tem sim, a guriazinha tava com o Zuão Pedo no colo. Ele fazia inhé, inhé e ela cantava pra ele ‘borboletinha, tá na cozinha...’” A Dani não deu continuação na conversa, mas me contou impressionada.  E com tudo isso eu fiquei mais impressionada ainda. Meu Deus, meu filho estava presente naquele dia, eu sabia disso. Mas quem era essa guriazinha que estava junto??? Seria a irmãzinha que o João Pedro falou pro Lécio? Quem sabe... Eu tava tão feliz que nem conseguia pensar direito.

Fiquei tão feliz, radiante que nada podia estragar o meu dia. E assim seguiu durante aquela semana entre Natal e Ano Novo. Consegui passar um dia sem chorar. Percebi que eu estava conseguindo encarar essa nova realidade e que eu estava aprendendo um novo jeito de amar e de ser mãe. Eu tinha que aprender a ser mãe à distância e me dei conta de que não FUI mãe, eu SOU mãe.

Resolvi que naquela semana eu mexeria nas roupinhas dele. Como eu tinha lavado todas elas um dia antes dele nascer, elas estavam todas por guardar. Fui então pro quartinho dele, estava ouvindo música e de repente começou a tocar a música “agora eu já sei” da Ivete, música que ela fez pro seu filho quando estava grávida e que eu tinha escolhido pra colocar no álbum digital do book de gestante. A música é linda e eu fiquei muito emocionada e cantava e chorava ao mesmo tempo. Senti uma brisa entrando pela janela, me arrepiei toda e em uma prece desesperada eu rezei: “Meu filho, a mãe não tá a vontade pra doar as tuas roupinhas. A mãe sabe que vai ser mais útil pra outra criança que esteja precisando, mas a mãe não se sente com vontade de fazer isso. Me dá uma luz meu filho. Fala pra mãe o que é pra mãe fazer, se é pra doar ou se é pra guardar. Fala pra mãe se um dia tu vai voltar ou se tu vai mandar um irmãozinho logo. Aparece pra mãe em um sonho, me dá um sinal, uma sensação, qualquer coisa que seja que eu possa entender o que tu tá querendo me falar. A mãe vai guardar as roupinhas numa sacola e só vai mexer nelas de novo depois que tu me der um sinal.”

Eu precisava de uma resposta, minha moral dizia que eu deveria doar, mas meu coração não deixava eu fazer isso. Mas eu não esperava que a resposta viesse tão rápido...

Depois que fiz a oração, peguei uma sacolinha e guardei as roupinhas. Deixei a sacola no quartinho e continuei limpando minha casa. Cerca de 10 minutos depois voltei no quartinho e fui pegar a sacola para guardar no roupeiro quando tive uma grata surpresa. Olhei na sacola e estava escrito à caneta e sublinhado duas vezes “JOÃO”. Meu Deus, minha resposta estava ali. É claro que eu sei que não foi ele quem pegou uma caneta e escreveu o nome dele na sacola, mas ele me induziu a pegar uma sacola que já tivesse o nome dele escrito.

Detalhe: a sacola que eu peguei, era uma sacola que eu tinha trazido do centro no dia anterior quando fui comprar um chinelo. Eu cheguei em casa, tirei o chinelo da sacola e já coloquei ela pra ser usada como lixinho e nem vi que tinha algo escrito. Provavelmente João é nome o menino que me atendeu na loja, e ele deve ter escrito seu nome na sacola pra registrar que a venda foi dele, sei lá, pra mim só pode ser isso.

Mas naquele momento, pra mim, ver o nome do meu filho escrito na sacola era a resposta do que eu havia perguntado pra ele em oração. Aquelas roupinhas são do João. Diante disso, guardei tudo: roupinhas, fraldas, brinquedos, tudo que ganhamos quando eu estava grávida. Se um dia ele voltar pra mim ou um irmãozinho vier, será usado tudo que era do João Pedro.

Quando eu contava isso, algumas pessoas achavam que eu estava ficando louca. Pra mim pouco importa o que as pessoas pensam. A minha crença me faz acreditar que isso foi sim um contato do meu filho, da forma que ele pôde. E outra, se é verdade ou não, só Deus pra saber, mas se me faz feliz, porque eu não vou acreditar. Aquele momento pra mim foi de muita felicidade. Peguei aquela sacola nos braços, abracei e beijei como se fosse o João Pedro que estivesse ali. E de certa forma, era ele, da maneira como ele conseguiu se fazer presente, ele estava ali sim.

Depois disso meus dias seguiram diferente. Eu estava lendo o livro “Espíritos entre Nós” de James Van Prag, e no livro eu encontrava explicações para tudo o que estava acontecendo. Inclusive no livro tinha um depoimento de uma situação muito parecida com essa, em que um espírito deu um sinal através de uma placa de carro com as iniciais de seu nome. Tudo que eu lia reforçava mais ainda a certeza que eu tinha de que meu filho estava sempre perto de mim e se comunicando como podia. Todas as noites eu agradecia a Deus por eu ter o privilégio de receber e conseguir entender essas formas de contato.

Veio então a festa de Ano Novo. Passamos a meia noite na casa da minha cunhada. Claro que foi triste. Choramos muito sentindo a falta dele, mas eu sabia que ele estava bem e que não era bom lamentarmos o que aconteceu. Dali em diante eu não queria mais lamentar nada, chorar por ele só de saudade. Mas a saudade dói de mais...

Letra da música da Ivete que marcou um momento nosso...

Agora Eu Já Sei
Composição: Ivete Sangalo / Gigi
Duvidava não entendia
Quando alguém me falou
Suspirava, que agonia
Pra sentir esse amor
Tempo, mestre de todas horas e dias
Passou sem ver
Te amar de verdade, sentir saudade
Mas só de você, só de você
Agora eu já sei
Quando falta a respiração
É a prova que um coração
Já não sabe mais viver sem você
Agora eu já sei
Que me falta sempre a razão
Traduzir melhor na emoção
Do que trago aqui, bem dentro de mim
Dentro de mim...
Duvidava, não entendia
Quando alguém me falou
Suspirava de agonia
Pra sentir esse amor
Tempo, mestre de todas horas e dias
Passou sem ver
Te amar de verdade, sentir saudade
Mas só de você, só de você
Agora eu já sei
Quando falta a respiração
É a prova que um coração
Já não sabe mais viver sem você
Agora eu já sei
Que me falta sempre a razão
Traduzir melhor na emoção
Do que trago aqui, bem dentro de mim
Agora eu já sei
Quando falta a respiração
É a prova que um coração
Já não sabe mais viver sem você
Agora eu já sei
Que me falta sempre a razão
Traduzir melhor na emoção
Do que trago aqui, bem dentro de mim
Dentro de mim...
E eu que duvidava e não sabia
Que esse verdadeiro amor chegou
Verdadeiro amor chegou
Verdadeiro amor